04/06/2014

SER EM CADA DIA



Celebram-se os 25 anos do "Clube dos Poetas Mortos", um filme exemplar de arrojo e emoção, onde a lição é a de nos desinstalarmos da pequenez, das vistas curtas do egoísmo, e de planar com asas intemeratas além do politicamente correcto, esse impedimento odioso, que trata com cortesia o desprezível e com desprezo o sentido humanista de qualquer sentido de bem. E a loucura de ir contra o instituído, não por libertinagem, mas por dever de ser! Gosto do sério, do culto, da erudição, como gosto do humor desbragado, do sentido de entrega, do riso amigo e descomplicado, da capacidade de nos empatizarmos com quem morre na solidão desconhecida mesmo com sinais opostos, ou de quem se alegra porque o dia ou o momento lhe correu bem... Andamos todos à procura de algo, impacientes e insatisfeitos, mas vida não se faz numa determinada altura, quando se namora, casa ou tem uma promoção! A vida faz-se em cada dia, como se ele fosse a estação alfa e ómega, mesmo sabendo que é com sonhos que continuamos, não para nos descomprometermos com o Hoje, mas para nos relançar em novas epopeias, cientes, porém, de que é sempre no Agora, no Momento, no instante, que devemos dar o que somos, sem medos de preços humanos, respeitos sociais ou cotações de credibilidade.