10/09/2014

DO CARÁCTER DA POLÍTICA

 
Embora supostamente a política devesse ser a arte nobre da coisa pública, facto é que há muito e, em todo o lado, ela é a arte do representante servir os seus próprios interesses através do representado! Adiante! Não me interesso por políti...ca, não sou partidário mas voto sempre e muito menos sou apolítico! Não podemos ser indiferentes a nada do que nos rodeia, muito mais quando se trata dos destinos de um país... Neste caso de António Costa vs António Seguro, e muito embora neste debate António Costa não tivesse, efectivamente ficado bem na foto, não obstante a capacidade de driblar situações com palavras e afirmações muito assertivas (leia-se, saber aldrabar como se fosse o aldrabado), Seguro pareceu-me coerente, firme e, pasme-se, honesto! Se se demite caso chegue a PM no caso de, de todo ter de aumentar impostos, como ontem afirmou, é coisa que nem ele sabe, mas é bom ter janelas de esperança sob pena de votarmos às cegas. Não falo, pois do debate pelo debate e/ou pelas ideias de ambos dado que, como disse, não me interesse a política nem sou partidário de qualquer partido, mas esta divisão criada no partido pelo mero facto de Costa ter pública e descaradamente apunhalado Seguro com o pretexto da "derrota" do PS nas europeias, diz muitíssimo do carácter dos nossos governantes... Podemos nem sequer dizer uma única palavra a favor ou contra as políticas que perseguem, mas a violação do carácter é para mim, não um sintoma mas algo a erradicar na hora... Costa não se afirmou como líder do partido a seguir à segunda parte da negra governação Socrática, tendo Seguro pegado esse fardo, e mais tarde, de novo voltou a apoiar incondicionalmente Seguro como líder! talvez por excesso de confiança em si mesmo, Costa traiu Seguro descaradamente, o que equivale a que qualquer político desrespeite os cargos eleitos sob pena de, em qualquer momento, se acharem os melhores posicionados para a solução do país! Isto não apenas é uma arrogância intelectual imensa, como a ilustração de um desrespeito e desdém pelos próprios cargos e eleições, como um ditador encapotado! O que também me leva a reflectir na questão do carácter, é a dimensão da sujidade na política, ao ponto de aqueles que estão com ficarem contra (e vice versa) por mero oportunismo político, como se os valores democráticos e princípios humanos fossem coisa de caixote de lixo sem valor na ponderação imediata dos interesses pessoais do momento... Quando a política se faz assim, do vale tudo, só quem se identifica com essas atitudes, pode votar num sistema que critica, mas que hipocritamente ajuda a virara o bico ao prego...